domingo, 25 de abril de 2010

Personagens do tumulto



Tudo fica velho com velocidade impressionante hoje em dia. Por isso, deve parecer estranho alguém se pronunciar sobre os últimos acontecimentos do futebol do Flamengo dois dias depois de tudo, uma eternidade. Mas aí vão algumas considerações sobre os principais personagens do tumulto rubro-negro:

Andrade - fui contra a demissão dele, mas concordo que errou bastante nesse ano. Esteve inseguro, perdido em meio à política de privilégio a alguns jogadores, não aproveitou os jogos contra os pequenos do Rio de Janeiro para acertar o time. A demissão é compreensível dentro da realidade do futebol brasileiro, mas Andrade foi submetido a covarde e desnecessário processo de fritura. Um ídolo rubro-negro não precisa passar por isso.

Marcos Braz - não há como fugir do que todo mundo diz por aí: Braz foi importante no Campeonato Brasileiro do ano passado, mas esteve insuportável após a conquista. O ato mais lamentável do vaidoso cartola foi submeter Andrade a covarde processo de fritura, quando condicionou a permanência do técnico no cargo ao afastamento de Petkovic. Enfim, Braz não vai deixar saudades. Só espero que seu substituto seja mesmo um profissional.

Jogadores - se gostavam tanto de Andrade e de Marcos Braz, porque não demonstraram isso no conturbado dia-a-dia e no campo? Um dos poucos a se salvar da apatia geral em campo, Vagner Love mostrou ser igual a outros, com seu protesto infantil (os gritos de “é brincadeira” durante coletiva de Patrícia Amorim). A auto-propalada união desse elenco, com os jantares semanais e tal, parecia legal no início, mas não tem ajudado o clube em nada.

Patrícia Amorim - mostrou coragem para promover as mudanças no futebol. O fato de não ter demitido somente o treinador e anunciar – até para cumprir promessa da campanha – a profissionalização do futebol rubro-negro é interessante. Mas se atrapalhou ao justificar a mudança como a necessidade de dar uma “resposta política” ao grupo que a apoiou. É o tipo de coisa que não precisa ser dita. Vai suar para conseguir sucesso nessa empreitada.

Rogério Lourenço - incógnita. Segundo a coluna de hoje de Renato Maurício Prado, n' O Globo, o interino é tratado na Gávea como “joia a ser lapidada.” Pode até ser efetivado se passar, com sucesso, pelo batismo de fogo nos jogos contra o Corinthians. No momento, é mesmo melhor opção, até porque o novo manda-chuva do futebol do Flamengo ainda não foi escolhido (ou divulgado, ou não confirmou se aceita a proposta rubro-negra, enfim).

De resto, é apoiar o time contra o Corinthians.

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