quinta-feira, 15 de abril de 2010

Eterno papelão (Universidad Católica 2 x 0 Fla)



Sugiro aos escribas dos blogs com índice de leitura respeitável que iniciem uma mobilização e reúnam assinaturas com o seguinte objetivo: exigir da diretoria do Flamengo que o clube abra mão de disputar a Libertadores, mesmo que conquiste o Campeonato Brasileiro durante 10 anos consecutivos. O segundo passo fica a cargo do departamento jurídico: descobrir como o clube pode desistir da competição sem ser punido severamente por CBF, Conmebol e Fifa.

Uma decisão nesse sentido melhoraria a vida dos torcedores, fartos dos vexames continentais. Não é fácil ver o time disputar o jogo mais importante do ano em ritmo de treino e perder para um adversário que nem sequer mostrou interesse em vencer a partida. O repórter Eric Faria, da Globo, já cantara a pedra ao contar que, na véspera do duelo, em reunião com os cartolas rubro-negros, os dirigentes chilenos disseram não ligar para a pelada desta noite.

Tal comportamento era facilmente percebido em campo. E nem diante de um adversário descompromissado, com remotas chances de classificação, o Flamengo conseguiu apresentar algo parecido com futebol. O primeiro gol do Universidad Católica, logo aos dois minutos, foi ridículo. Ronaldo Angelim e Álvaro foram no mesmo jogador e ainda conseguiram perder a disputa pelo alto. E Willians não acompanhou Damian Diáz, que deslocou Bruno.

O gol não acordou o apático Flamengo. O time não tinha meio de campo e era incapaz de criar jogadas de ataque, tamanha a distância dos homens de frente para o resto do time. Os chilenos tocavam a bola com facilidade constrangedora. Num lance humilhante, dois jogadores adversários tabelaram de cabeça na intermediária e um deles, Díaz, fez fila na defesa rubro-negra até chutar errado.

O segundo gol foi o retrato do jogo: saiu sem querer, após cruzamento de Silva que entrou direto, aos 45 minutos. No segundo tempo, substituições. E o Flamengo até tentou despertar, mas já era tarde. Ainda assim, poucos lances de perigo foram criados. E o time não encontrava no campo de ataque a mesma facilidade que oferecia ao Universidad. Ah, não vale a pena comentar as atuações dos atletas rubro-negros, pois ninguém jogou nada.

Só resta torcer para o time derrotar o Caracas, na próxima quarta-feira, por resultados favoráveis de outros grupos e se preparar para a possível necessidade de aumentar o saldo gols. Como já estou vacinado, arrisco um prognóstico, ainda sem fazer contas: vitória dramática no Maracanã, mas seguida de eliminação. E os jogadores deixarão o gramado sob aplausos, pois terão mostrado espírito de luta. O filme de 2007 (alguém se lembra do Defensor?) repetido.

***

Abro exceção e troco a frase do jogo pelo discurso do jogo. Saíram da boca de Bruno as belas palavras que comoveram a nação rubro-negra e os demais amantes do futebol. Eis alguns trechos da entrevista do goleiro ao repórter Eric Faria, logo após a partida:

“Às vezes, o time tem tanta qualidade que acha que pode resolver o jogo a qualquer momento. Aí, quando acorda, o resultado já está feito.”

“Isso (derrota ridícula) acontece às vezes quando a confiança está elevada.”

“Nem sempre o time mais forte vence. Se isso acontecesse, o futebol não teria graça. É por isso que o futebol é interessante.”

Só faltava isso para completar a noite.

Foto: GloboEsporte.com

3 comentários:

Paulo Henrique disse...

Assino em baixo de tudo que voce falou. O time jogou ontem como se fosse um amistoso contra algum time norte-americano ou coisa parecida. Falta acordar... Como de praxe, Flamengo não se classificará. Irá para o último jogo nervoso e nao vai conseguir a classificação. Meu palpite.

Eletrofire/DF disse...

Primeiramente, meus parabéns pelo Blog e pela redação. Além disso, a partir de hoje, passarei a acompanhá-lo.
Agora sobre o jogo e a Libertadores, concordo com tudo que vocês disseram, Freire e PH.

Freire disse...

Valeu, Eletrofire/DF. Apareça mesmo. Abraço!