quinta-feira, 22 de abril de 2010

Carta aberta ao goleiro do Flamengo


Prezado Bruno,

Quando você levava um frango e era criticado por parte da torcida, especialmente após resultados ruins, lá estava eu para dizer que o dono da camisa 1 rubro-negra era um bom goleiro. E que os bons goleiros também têm o direito de falhar.

Quando você tentava driblar um adversário dentro da área ou subia ao ataque antes da hora para tentar uma cabeçada, eu lhe compreendia. Pois jovens de muito talento, como você, costumam ser impetuosos e excessivamente autoconfiantes.

Quando você criticava a falta de estrutura do Flamengo, eu lhe apoiava. Afinal, o clube oferece muito menos do que poderia e certas verdades devem ser ditas. Eu encarava sua atitude como preocupação legítima com a instituição.

Quando você disse que a torcida do Flamengo, às vezes, atrapalha o time, eu não lhe ataquei. Aliás, ainda acho que você tem certa razão nesse ponto, pois os rubro-negros - às vezes, que fique claro - são exageradamente impacientes.

Quando você era insultado por torcedores rivais, eu comemorava. Pois raciocinava que, com você, Leo Moura, Angelim e Juan, todos há anos no clube, o Flamengo tinha jogadores identificados com a camisa, e que ganhavam títulos. Daí a bronca rival.

Quando você era acusado de bater na mulher, de bater em mulher ou falava sobre isso, como já falou, a coisa mudava de figura. Eu lhe reprovava, duvidava do seu caráter, mas preferia me concentrar nas suas qualidades como jogador de futebol.

Quando você desrespeitou Andrade, nos tempos em que ele era auxiliar, eu lhe reprovei. Mas o tempo passou, veio o título brasileiro, com Andrade no comando, vieram seus elogios ao chefe. E perdoei você: tudo em casa, passado enterrado.

Quando você agrediu Petkovic no vestiário, eu lhe reprovei. Mas critiquei também a velha e frouxa política do clube, ainda não estruturado o suficiente para ter a moral de enquadrar todo mundo, especialmente as prima-donas, como você.

Só que você, Bruno, passou dos limites ao mandar beijinhos irônicos para a torcida, que apoiou o Flamengo durante 90 minutos e deixou o justo protesto apenas para o fim do jogo de ontem contra o Caracas, talvez o último do clube nessa edição da Taça Libertadores.

Você desrespeitou os torcedores que compraram um ingresso caro para apoiar um time em péssima fase - e mergulhado numa fogueira das vaidades – num dia de semana e num horário em que é perigoso andar por aí em qualquer grande cidade.

Você desrespeitou também aqueles que, por não ter dinheiro para o ingresso, por medo da violência, por escolher a companhia da família ou, como eu, por não morar no Rio de Janeiro, acompanharam o fracasso rubro-negro pela televisão.

Você desrespeitou ainda os que ouviram o jogo pelo rádio, os que acompanharam pela internet, os que preferiram poupar o coração e só saber das notícias no dia seguinte, as crianças que não conseguiram ficar acordadas até tarde.

Você mostrou ontem, Bruno, que não tem compromisso com a instituição Flamengo, com a torcida do Flamengo, com a braçadeira de capitão do Flamengo. Pode até continuar fechando o gol e ganhando títulos pelo clube, mas não terá mais o meu respeito.

2 comentários:

berna beat disse...

esse saco de b*sta eh capitao do time. usa a braçadeira que jah foi de zico e junior. pobre flamengo, refem de um m*rdinha desses

Johnny disse...

Cara, muito bom o texto.