quarta-feira, 24 de março de 2010

Prazer em revê-lo


Em 21 de outubro do ano passado, em sua coluna na Folha de São Paulo, Tostão escreveu que a defesa do Flamengo havia melhorado após Andrade trocar o esquema tático do 3-5-2 para o 4-4-2. E fez a seguinte constatação sobre alguns jovens e atabalhoados volantes rubro-negros:

“Toró, Willians e Aírton estão também aprendendo, com Andrade e Maldonado, que marcar bem não é correr atrás do adversário para fazer faltas e dar pontapés.”

Não há melhor notícia, portanto, que a volta do chileno à equipe do Flamengo nesta noite, contra o Tigres, pelo Campeonato Carioca, no Engenhão. Sem jogar desde o último 17 de novembro, após lesionar o joelho esquerdo defendendo a seleção de seu país, Maldonado foi operado, ficou de fora dos últimos jogos do Campeonato Brasileiro e deixou saudades na torcida.

À ausência forçada dele e à venda de Aírton, o melhor aluno entre os jovens e atabalhoados volantes, deve-se o principal problema do Flamengo neste ano: a marcação no meio de campo, embora o time tenha demonstrado outras fraquezas que Andrade ainda não conseguiu consertar.

Maldonado terá trabalho. Toró e Willians esqueceram-se de todas as lições de 2009. Os dois têm corrido bastante atrás dos jogadores adversários, como ficou evidente no clássico de domingo contra o Botafogo. Desarmam com frequência, mas estão quase sempre a perseguir quando deveriam aguardar, à espreita, o momento do bote.

Willians, apesar de tudo, é titular absoluto. Já o lugar de Toró, suspenso pelo terceiro amarelo, é o banco de reservas. A não ser que Maldonado, ainda sem ritmo de jogo, repita o desastroso início de temporada dos zagueiros Álvaro (principalmente) e Ronaldo Angelim.

Uma curiosidade sobre o meio de campo armado por Andrade para esta noite: Kleberson e Maldonado, que serão acompanhados de Willians e de Petkovic, ainda não jogaram juntos pelo Flamengo. Quando o chileno foi contratado, em fins de agosto, o brasileiro estava contundido – sofrera luxação no ombro direito em ridículo amistoso da Seleção Brasileira contra a Estônia. Depois, quando Maldonado amargava o estaleiro e caminhava de muletas, Kleberson, recuperado, curtia o banco de reservas nas últimas partidas do Campeonato Brasileiro.

Maldonado é experiente, tem saída de bola, boa leitura de jogo, não se desgasta, não chega atrasado. Será fundamental no Campeonato Carioca e na Libertadores. Que jogue como sempre.

Foto: UOL Esporte

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