segunda-feira, 3 de maio de 2010
Os pitacos, com atraso
Após um fim de semana longe do computador e do noticiário, deixo, com atraso, meus pitacos sobre a ausência de Adriano no treino de sábado e a atitude do Flamengo a respeito do assunto:
* A decisão do supervisor Isaías Tinoco de descontar do pagamento do Imperador o dia não trabalhado e repor o treino perdido numa data qualquer foi, dentro do contexto problemático do Flamengo, a decisão mais acertada nesta semana de jogo decisivo da Libertadores. Barrar Adriano do duelo contra o Corinthians para mostrar uma suposta e inexistente autoridade do clube seria decisão totalmente descabida e fora de hora. Não adianta enquadrar ninguém na semana mais importante do ano, pois não se enquadra nenhum graúdo da Gávea há pelo menos 15 anos.
* Perder a vaga sem Adriano em campo, barrado, seria pior do que a desclassificação com ele se arrastando. Pois não haverá novidade alguma se o Flamengo for eliminado e todo o mundo cair de pau em cima do centroavante e do clube, acusando o primeiro de irresponsabilidade e o segundo de conivência – e os dois de falta de profissionalismo, o que é verdade. Isso já tem acontecido ao longo da temporada. O bicho pegaria mesmo se o Imperador assistisse a uma possível derrota rubro-negra das tribunas do Pacaembu ou da televisão de casa, com Mezenga tendo de resolver a parada.
* Acho interessante o tal choque de ordem prometido por Patrícia Amorim, mas não vejo como isso ser implantado da noite para o dia. Não de forma profunda e definitiva. O Flamengo evoluiu, mas ainda não estabeleceu a fama de bom pagador, não apresenta estrutura adequada de treinamentos, enfim, esses detalhes importantes que, se não garantem títulos, ajudam a conquistá-los e contribuem para um ambiente saudável trabalho e para imagem do clube entre os jogadores e no mercado – o Flamengo tem faturado alto com patrocinadores, por exemplo, mas poderia faturar mais.
* E repito o que escrevi antes do fim do Campeonato Carioca: “No fim das contas, a história desse time será contada a partir dos resultados. Se o Flamengo de 2010 for um time campeão, dentro de 10 anos poucos vão lembrar-se das péssimas atuações da equipe e de alguns problemas extra-campo – fabricados ou não – que têm marcado a temporada. Se for um time derrotado, alguém vai levar a culpa: Adriano, Pet, Bruno, Vagner Love, Leo Moura, Andrade, Marcos Braz... Ninguém estará livre do julgamento.” Um título já foi perdido e os dois últimos da lista, condenados.
Portanto, melhor julgar Adriano após a Libertadores.
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