quinta-feira, 11 de março de 2010

A visão dos venezuelanos


Reproduzo aqui matéria (traduzida) do jornal Líder en Deportes, da Venezuela, sobre o jogo de ontem entre Flamengo e Caracas, pela Libertadores. É interessante ver o ponto de vista deles sobre o que aconteceu na partida. O texto do repórter José Manuel Valladares é bem equilibrado, embora, obviamente, ele tenha escrito do ponto de vista do nosso adversário.

Alguns pontos da matéria são bastante interessantes e úteis para os rubro-negros exercitarem a autocrítica, inclusive este blogueiro, que escreveu ainda no calor do jogo e, apressado, decidiu omitir os defeitos do Flamengo. Não reparem na tradução tosca - aliás, uma palavra ou outra eu deixo para os leitores. Quem prefere ler no original, deve clicar aqui.

"A justiça não passou por Caracas

A equipe brasileira venceu o Caracas com ofício, aproveitando as carências ofensivas do time venezuelano, que agora complica suas possibilidades de classificação no grupo 8 da Libertadores.

José Manuel Valladares

Caracas – A história dirá que o Caracas perdeu por 3 x 1, que os três pontos foram para o Rio de Janeiro e que a situação do time no grupo 8 da Copa Libertadores se tornou mais complicada. Mas o que aconteceu na partida contra o Flamengo não esteve em sintonia com o placar final.

Os vermelhos dominaram grande parte do duelo no gramado irregular do Olímpico, impuseram sua proposta de jogo, controlaram a bola e buscaram sempre o arco. No entanto, o ofício – e a justiça – não esteve no arsenal da equipe da capital.

Os cariocas se dedicaram a esperar, deixaram o Caracas jogar e não se envergonharam em proteger a meta de Bruno. Sim, quando tiveram alguma liberdade, aproveitaram: de quatro chances que tiveram, três terminaram em gol.

Aos 30 minutos, o Caracas viveu seu melhor momento, com chances de Romero, Gómez e Guerra. Mas, com a falta de precisão, parece ter gastado um cartucho, o mais importante.

O Flamengo, que não havia visto o goleiro Vega de perto, se lembrou de atacar com uma ação na qual o chute de Petkovic foi interceptado por Romero com a mão. Pênalti que Vagner Love transformou em gol.

No segundo tempo, os visitantes ficaram com um jogador a menos por causa da expulsão de Toró e o Caracas foi um furacão. O time trabalhou bem e adiantou ainda mais suas linhas, enquanto os brasileiros se refugiariam e povoaram sua defesa.

O prêmio parcial à convicção do Caracas chegou quando Gabriel Cichero tocou em profundidade pela esquerda e achou Castellín. O atacante disparou uma bomba que igualou o duelo.

O melhor momento dos donos da casa foi interrompido por conta de agressão a um dos assistentes do árbitro. Com a pausa, o time perdeu um pouco a ordem e a fluidez e o Flamengo não desperdiçou seus contra-ataques. De novo, Vagner Love fez a diferença no ataque e converteu no mano a mano com Vega. Nos descontos, Rodrigo Alvim terminou de confirmar a injustiça."

Um comentário:

Thiago Freire disse...

Não concordo com a visão do repórter venezuelano.

No primeiro tempo, o Flamengo não foi ameaçado. Jogava melhor, apesar de desperdiçar muitas bolas no ataque. Mas não sofria na defesa.

O Caracas só passou a ameaçar - e muito - após a expulsão de Toró. Aí sim o Flamengo se limitou a defender o gol de Bruno.

Entretanto, depois do empate, o Flamengo passou a mostrar que estava vivo nos contra-ataques. E aproveitou as chances que teve.